domingo, 27 de janeiro de 2013

Minh’alma negra



Tonta sou eu
que novamente perdoei.
Perdoei, porque não consigo guardar rancor
Rancor de mim!
Rancor de um futuro esperado
após um presente premeditado.
Perdoei-me sim!
Ouço o som das algemas me detendo
e dos vizinhos perplexos sussurrantes:
- Ela? Mas era uma menina tão boa!
Sim eu era.
Talvez aparentasse ser do bem,
Mas minh’alma sempre ressoou a negridão.
A negra alma passou a conduzir meus passos,
Quando no calar da noite resolvi vesti-la.
Meu falso amor me trocou!
Não foi digno
Cometeu, ele, um crime maior!
Um crime que não mata, mas, permite uma profunda dor.
Dor, esta, agonizante
Cheia de encalços e tropeços sangrentos
A dor que ecoou em minh’alma negra
Fez-me traí-lo com uma bala no peito.

(Kim Montebello)

4 comentários:

  1. Um excelente poema, Kim! Adorei! Meus parabéns pelo excelente blog! Um grande abraço!

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  2. Gente! Que poema lindo... Tocante, perfeito, demais!
    Sabe... não consigo guardar rancor também. Tonto sou eu! kkk'
    Obrigado por comentar no meu blog
    Abraços
    Gabriel - Corações de Neve

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  3. Obrigada também pelo comentário Gabriel. Abração!

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Obrigada pelo comentário!